Música e Empreendedorismo New

O Preço da qualidade

    O mundo está mudando cada vez mais rápido, as pessoas estão criando, adaptando, copiando, empreendendo, gerando empregos, e prestando serviços com uma rapidez cada vez mais incontrolável e numa quantidade incalculável. Mas diante de tantas facilidades e opções oferecidas no nosso dia a dia, seja qual for a área que quisermos nos referir, existe um elemento entrando em extinção, um sentimento que pode modificar o quadro geral, e se tornar um verdadeiro diferencial, esse sentimento é o prazer em servir melhor, o elemento é a satisfação do consumidor, e o que precisamos resgatar é o conceito de qualidade. ¨Uma administração focada em números visíveis, baseia suas decisões na crença de que os lucros resultam da redução dos custos e aumento das receitas.¨ Esse foi o pensamento equivocado que o americano Dr. W. Edwards Deming, em 1950 evitou que se tornasse padrão na indústria japonesa, a pedido da Associação Japonesa de Cientistas e Engenheiros. Deming começou a treinar os japoneses em seus princípios de controle de qualidade total, ele implantou o pensamento de que ¨ A qualidade sempre custa menos¨ E que ao criarmos um produto de qualidade conquistamos clientes satisfeitos, e também clientes leais. Pra exemplificar a qualidade como prioridade e característica principal de grande parte da indústria japonesa posso citar a Toyota Motor Corporation, não precisa ser um especialista em carros pra reconhecer a credibilidade da patente japonesa. Ainda falando de carros o Dr. Deming aplicou seus conhecimentos na área de controle de qualidade também na Ford Motor Company, em 1983 quando a convite da empresa ministrou seminários sobre administração, influenciando Donald Petersen, que mais tarde se tornaria presidente do conselho de administração da Ford, e basta pesquisar a historia de êxito da empresa no mundo para refletirmos sobre o efeito positivo que se pode criar ao consideramos valorizar o numero ¨invisível¨ impresso a longo prazo na felicidade e fidelidade do cliente.
       Você pode estar se perguntando o que tudo isso tem haver com a indústria musical. As semelhanças são muitas, dedique alguns minutos para observar a música que estamos produzindo, as letras que estamos escrevendo, os profissionais da musica que estamos contratando, e a imagem cultural que estamos exportando para os demais países, artistas cada vez mais descartáveis, com carreiras meteóricas, que baseiam sua musica apenas na corrida para faturar milhões de reais, as vezes dólares, por vezes euros, promovendo eventuais escapes para uma população que faz da cerveja e demais bebidas alcoólicas a sua terapia de fim de semana, onde a melhor trilha sonora para uns é aquela que causa um efeito semelhante a um anestésico, amenizando por alguns instantes a dor, e para outros a melhor é aquela que enfatiza a dor e impulsiona ainda mais o consumo do álcool. O que está se plantando neste atual cenário musical, é uma semente que logo cresce, mas que não perdura, não se estabelece, pois não é algo que nasce com o intuito de beneficiar, melhorar constantemente a qualidade de nossas vidas, nos fazer crescer e expandir. Esse fruto nasce com o único intuito de multiplicar os recursos daquele que plantou a semente, tal como um traficante que vende a droga mesmo sabendo que ela ao invés de gerar vida, ela ceifa o futuro de milhares de seres que poderiam ser pessoas brilhantes. A curto prazo meu discurso pode parecer intolerante à diversidade cultural da música brasileira atual, mas estou certo de que a longo prazo lamentaremos a falta de controle de qualidade em nossa nossa mente, que é o agente transformador da nossa cultura. 

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